Guerra Civil está por aí e todo mundo ficou doido para ver o filme e, conforme já havia previsto, o Universo D.C. acabou brochado mais uma vez. Não que “Batman vs Superman” tenha sido uma merda completa, eu até gostei do filme, mas a Marvel mostrou mais uma vez como cativar o seu público. Eu mesmo estou totalmente vendido para essa ideia. Hoje, o Capitão tem um lugarzinho bem especial em meu coração.
Minha relação com Steve Rogers nem sempre foi assim…
Antigamente quando tinha uma posição política bem radical eu simplesmente o detestava. Mais por ele ser uma propaganda do American Way of Life, uma propaganda voltada para a mente das crianças. O Capitão representava tudo aquilo que mais desprezava em minha juventude. Jamais admitiria admirar alguém enrolado na bandeira americana. Eu o achava um porco. 
Também sentia algo parecido em relação ao Superman. Tanto que a única HQ que aceitei ler durante muito tempo foi “Entre a Foice e o Martelo”. 
Também me privava de muitas outras coisas em nome de minha cruzada contra o imperialismo pagão. Tempos de ingenuidade.
Mas em 2006 tive a oportunidade de ler aquele que foi um dos melhores arcos das histórias em quadrinhos. Atraído pela sinopse, me peguei tentado a ler a “Guerra Civil”, a história que prometia dividir o universo Marvel. Uma peleja entre heróis, era tudo o que eu mais queria. 
Lá estava eu para ridicularizar mais uma vez o “cuzão” do Capitão América quando o vi em uma situação única. Pelo menos para mim, até aquele momento. Steve se viu obrigado a refletir sobre todos os dogmas que defendia cegamente até então. O bom soldado passou a questionar e se opôs contra o seu querido governo. O Capitão América mandou os Eua à merda e passou a lutar contra. Não esperava aquilo. Demorei para entender o tamanho do valor daquela quebra de paradigma. 
A partir desse momento passei a olhar Rogers com outros olhos.
Eu ainda acredito fortemente em todo o poder ideológico, toda a carga imperialista, que está por trás desse simpático herói. Eu apenas ignoro. Pensando bem, todo o mundo que nos ronda tem um teor ideológico. Não existe ponto sem nó. O que não significa também que você deva ser um alienado. Pelo contrário, é necessário saber ler nas entre linhas a fim de poder abstrair, e de evitar ao máximo possível para não cair na alienação. Ou seja, eu sei que não se passa de uma propaganda safada, mas consigo enxergá-lo somente como um herói. Ele não me faz gostar mais ou menos dos americanos. É entretenimento e ponto final.
O tempo passou e acabei devorando os quadrinhos do Capitão. Confesso que a temática da Segunda Guerra Mundial contribuiu para o meu interesse. E assim fui colecionando vários de seus arcos.
Mas foi em 2011 que houve a virada de jogo efetiva. “Capitão América: O primeiro Vingador” foi o primeiro filme que vi ao lado de minha esposa (foi ela quem escolheu, diga-se de passagem) em nosso primeiro encontro, e isso significa muito pra mim. Considero Steve a testemunha de nosso primeiro beijo. 
Em 2014 saiu “O Soldado Invernal” e já estávamos casados.
Em 2016 saiu “Guerra Civil” e comemoramos grandes conquistas.
Não sei muito bem o que virá no próximo filme, mas sei exatamente onde quero estar…
Esse foi mais um post do Sr. Marido, e eu fico por aqui deixando vocês por aí.